O Projeto
O Projeto Juventude Quilombola é uma atividade executada pelo Centro de Assessoria do Assuruá, com o patrocínio da PETROBRAS, que tem como principal objetivo gerar renda e oportunidade de trabalho para jovens rurais em situação de extrema pobreza e vulnerabilidade social de comunidades dos municípios de Barro Alto, Ibititá, Canarana e Lapão – todas localizadas no Território de Irecê (BA).
Previsto para durar dois anos, o Projeto tem como principais ações a capacitação de 200 jovens para a Gestão de Unidades Produtivas Familiares e empreendimentos econômicos solidários a partir da produção agroecológica e beneficiamento de produtos da agricultura familiar, além de potencializar tais atividades através de processos continuados de capacitação e acompanhamento técnico.
O projeto visa também fazer com os jovens possam comercializar sua produção e assim dar os primeiros passos rumo à sua independência financeira. A ideia é que, a partir do projeto e do incentivo ao acesso a outras políticas públicas, os jovens conciliem produção sustentável com a construção de uma cadeia concreta de comercialização nos mercados locais.
Outro aspecto importante do Projeto é aspecto de fortalecimento dos processos educativos, sócio-organizativos e políticos locais que enxerguem a produção sustentável e agroecológica como alternativa técnico-metodológica para a construção de novos padrões de desenvolvimento no Semiárido. Além disso, debates abertos sobre questões de gênero, etnia e geração perpassam as atividades executadas, buscando estimular a reflexão sobre o lugar de diferença e da multiplicidade cultural no contexto social enfocado.
Nesse sentido, o Projeto Juventude Quilombola propõe, através de processos transversais de comunicação, educação popular e mobilização social, a valorização da das dimensões históricas, sociais, étnicas e raciais da juventude envolvidas nas ações. A equipe envolvida no projeto se utiliza de instrumentos metodológicos e de planejamento específicos, como realização de reuniões, diagnósticos participativos, oficinas, seminários, visitas técnicas, intercâmbios de experiências e implantação de estruturas produtivas para promover uma execução aberta e pautada pelo diálogo constante.
Essa dimensão dialógica busca reforçar as capacidades e dinâmicas locais, uma vez que parte de uma sinergia entre planos e dinâmicas locais, poderes públicos e entidades da sociedade civil organizada. Nesse âmbito, a participação das lideranças das comunidades, dos jovens participantes diretos da ação e demais parceiros são garantidas em todas as etapas do Projeto. Os representantes das comunidades participaram da elaboração da proposta e serão implantados instrumentos e espaços coletivos para qualificar a participação dos mesmos durante a execução dos projetos. Para isso será criada uma coordenação colegiada do projeto composta por representantes das comunidades participantes, parceiros locais e equipe executora, que será responsável pelo acompanhamento da gestão financeira, planejamento, monitoramento e avaliação das ações do projeto e controle social de todo o processo.