Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional do Território de Irecê | Foto: Romilson Joaquim
Com o objetivo de “ampliar e fortalecer os compromissos políticos para a promoção da soberania alimentar, garantindo a todas e todos o direito humano a uma alimentação adequada e saudável, assegurando a participação social e a gestão intersetorial do sistema, na política e nos planos estadual e nacional de Segurança Alimentar e Nutricional”, foi realizado nos dias 11 e 12 deste mês (agosto de 2015) a Conferência Territorial de Segurança Alimentar e Nutricional do Território de Irecê.
A conferência ocorreu no auditório da Universidade Estadual da Bahia Campus XVI (Irecê – Bahia), e contou com a participação de entidades da Sociedade Civil Organizada, Agricultoras e agricultores, Nutricionistas, representante de órgãos público, além de diversos atores da sociedade.
No primeiro dia de conferência, houve a participação de Walter Ney Dourado (Coordenador do Colegiado Territorial), Dra. Maria Dorath Bento Sodré (representando a UNEB), João da Cruz (Conselheiro do CONSEA-BA no território), Edivaldo Ribeiro (Coordenador do BAHIAATER), Lucivanda Oliveira Porto (Sec. do Meio Ambiente, Irrigação e Agropecuária), Acássia (Representante do grupo de Mulheres do Território), Delian Gomes (Representando a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Justiça Social do estado da Bahia), Nevolanda (Representante das Comunidades Tradicionais de Matrizes Africanas no território), e Luciana Sarno (Representante do CONSEA-BA).
Durante o evento foi debatido propostas voltadas para a alimentação saudável e discutido os desafios e avanços, pois, segundos os dados apresentados constatou-se que nos últimos 12 anos, houve uma importante evolução em Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil e muitas foram às políticas que as apoiaram e dinamizaram no país, a exemplo da Bolsa Família, PAA, PNAE, Água para todos, Política de agroecologia, Assistência técnica, e outras políticas. Todas elas contribuíram para a Segurança Alimentar e Nutricional e proporcionou ao país sair do Mapa Mundial da Fome.
A conferência teve o lema “Comida de verdade no campo e na cidade: por direito e soberania alimentar”. Esse lema teve grande importância por aprofundar a reflexão em torno dos alimentos que a sociedade deve consumir. Nesse sentido, foi avaliado pelos presentes que comida de verdade é aquela que tem relação com a agricultura familiar e campesina e para que realmente sege considerada comida de verdade ela precisa ser agroecológica.
Durante o evento, foram criados grupos para trabalhar os eixos temáticos acerca dos assuntos propostos. Nesse sentido, foi destacada a importância da Assistência Técnica de Base Agroecológica nas comunidades rurais, dos sistemas de créditos adequados e adaptados à região, a importância do acesso a terra e território (destacando a Reforma Agrária como fundamental na produção da comida de verdade), acesso à água para produção de forma democrática e descentralizada.
Em relação à comida de verdade, foi discutido a necessidade de comercialização dos produtos agroecológicos produzidos pelos agricultores familiares, pois é consenso de que a alimentação saudável precisa ser disponibilizada a todas as pessoas no campo e na cidade e com um preço justo. Pensando nisso, foi debatida a importância do PAA, do PNAE e das feiras agroecológicas como importantes espaços de comercialização.
No evento, também foi ressaltado a necessidade de incentivos a produção familiar agroecológica, que respeite a natureza e valorize os saberes de grupos e de comunidades tradicionais. Diante disso, várias propostas foram expostas, sistematizadas, votadas e aprovadas, agora serão apresentadas juntas com outras propostas na conferência estadual.
