E depois dos projetos? Lutamos por Assistência Técnica Rural!

A grande questão a ser discutida pós realização dos projetos e programas voltados para a zona rural, e no nosso caso para jovens quilombolas, é entender que o trabalho não pode parar. Há necessidade latente de acompanhamento e continuidade dos processos de formação e capacitação para que seja possível que os beneficiários compreendam a necessidade crescer profissionalmente sem  precisar sair do campo.

Por conta da falta de oportunidade no meio rural, muitas vezes os jovens migram para os grandes centros urbanos em busca de estudo e trabalho. Luiza Dulci, assessora de juventude do MDA, acredita que a “Ater é também um mercado de trabalho possível para jovens que estão se formando nas escolas agrícolas pelo Brasil”, por isso é necessário cada vez mais investimento na área.

Diante das demandas discutidas, destacaram-se também a necessidade de uma formação continuada para técnicos de Ater, com metodologias que dialoguem com os jovens. “A Ater é central para emancipação e autonomia da juventude rural na inclusão produtiva. Já houve um conjunto de avanços, mas ainda há muitos desafios”, afirmou Germano Barros, membro da organização Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta).

Esse sempre foi o entendimento do extinto MDA (Ministério de Desenvolvimento Rural) e foi, também, o caminho idealizado para executar as políticas de ATER de forma ampla e competente. Apesar do contexto político delicado e dos cortes orçamentários, continua o grande esforço do movimento rural de juventude e das entidades que executam projetos e programas como o Juventude Quilombola, do CAA.

Dentre os pilares fundamentais que sustentam a Política de ATER, destaca-se o respeito à pluralidade e às diversidades sociais, econômicas, étnicas, culturais e ambientais do país, o que implica incluir enfoques de gênero, geração, raça e etnia nas orientações de projetos e programas.

A ATER para quilombolas é voltada ao atendimento das demandas produtivas, sendo as suas diretrizes estabelecidas pela PNATER. As ações prioritárias consistem em fomento à diversificação da produção agrícola e não agrícola, gestão da produção, etnodesenvolvimento, agroecologia e transição para agriculturas de base ecológica, sustentabilidade e biodiversidade, beneficiamento da produção e comercialização.

Mas, ainda, é uma tímida realidade para nós. Nossa luta será a busca por mais investimentos em ATER Quilombola para os jovens formados dentro do Juventude Quilombola, entendendo que estas ações são fundamentais para o fortalecimento e qualificação no meio rural.

A luta continua e precisamos avançar, sempre!

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Fonte: MDA e CNATER

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